Rubens Barrichello - Entrevista na Itália
Problemas na largada"Quando eu falo que não há um problema, parece que eu estou tentando fugir da situação. Mas hoje em dia, o piloto tem uma porcentagem muito pequena na largada, e essa porcentagem é em relação ao reflexo que ele tem da luz. Quando a luz [vermelha] apaga, ele tem que soltar a embreagem o mais rápido possível."
"Hoje em dia, em 95% dos casos, será sempre um problema de embreagem, mesmo. Estou fazendo exatamente o que eu fiz para estar liderando em Barcelona, por exemplo [quando Rubens pulou da terceira posição para a liderança da prova logo na largada]. Em Spa foi igualzinho. Austrália e Spa foram parecidos, e na Turquia ocorreu uma contaminação do óleo na embreagem."
Favoritismo da Brawn em Monza
"Temos uma força muito grande no motor Mercedes. Acredito, também, que é uma pista muito forte para aqueles que usam o Kers, mas um bom trabalho feito no acerto do carro e na estratégia nos dá a chance de andar muito bem aqui em Monza."
Equilíbrio no campeonato
"Quantas vezes ouvimos falar que o campeonato estava chato porque a McLaren ganhava demais, ou uma Williams, ou uma Ferrari... acredito que seja bom para o espírito esportivo. Logicamente, se eu estivesse ganhando, gostaria de estar ganhando tudo, mas acho que de forma geral, é melhor assim."
"Para tirar pontos do Jenson, é mais interessante ter mais gente envolvida [na disputa], porque senão estaríamos lutando por uma diferença de dois pontos, unicamente. Mas em um bom fim de semana, você pode colocar mais gente no meio, então acho isso positivo."
Button está abalado?
"Ele é um ótimo piloto, não deve ser a primeira pressão que ele está sofrendo na carreira, ele já disputou outros campeonatos, em outras categorias... se fossem todas as corridas, em todos os finais de semana, sem um intervalo no meio, acredito que ele poderia se sentir pressionado, mas com os intervalos que temos, dá para contornar a mente."
Barrichello, o "franco-atirador"
"Não é confortável, porque estou atrás, mas eu gosto dessa situação. É uma situação desafiadora, e estes desafios eu sempre abracei com uma boa causa. Sou um franco-atirador."
A farsa da Renault
"Acima de tudo, é uma situação muito feia para a F-1, chegar ao ponto de pensar que alguém ganhou uma corrida porque o companheiro de equipe fez algo nesse sentido."
"Espero que isso não seja verdade, mas devo declarar que hoje em dia, você vê a comemoração de um piloto dando 'zerinhos', fazendo o carro rodar... é muito fácil rodar um carro de F-1. Agora, bater no ponto certo, aonde falaram, da maneira como tinha que ser... eu gostaria de achar que é absurdo."
"A minha situação na Áustria teve oito voltas repercussão, sendo que em oito voltas você está dentro do carro, você está gritando, não tinha sido nada combinado, até que foram ditas certas coisas que eu não tinha como fugir. Mas não tinha um 'script'. Se fosse assim, a Ferrari não teria feito como eu fiz, na cara de todo mundo, na última curva; teria sido feito antes."
"Mas é muito difícil, porque você pode se machucar. Em batidas bobas você pode acabar se machucando. Já vimos batidas extremamente fortes com o piloto levantando do carro e saindo, assim como já vimos batidas não tão fortes e que machucaram de alguma forma. Então, é muito forte pensar que alguém bateria para manter o cargo [na equipe]."
"Em qualquer esporte, você pode ter uma situação dessas. Mas de qualquer forma, vejo isso como uma falta de esportividade tão grande que, honestamente, espero que não seja verdade o que está acontecendo. Mas nós devemos saber da verdade."
"Nelsinho sempre foi uma pessoa por quem eu tinha muito respeito, mas se você pensar bem, se uma pessoa tem a capacidade de fazer um negócio desses, não merece estar no esporte. É perigoso para todo mundo."
A estreia de Fisichella
"É como se você estivesse em uma situação onde cada vez que você fecha o olho, parece que você só vê risada. É algo muito confortável. A primeira vez que sentei no banco da Ferrari para fazer o molde, eu me senti assim."
"Mas o importante é que ele deixe de viver esse sonho o quanto antes possível para viver a realidade, porque se o sonho entra no carro, já deixa de ser confortável. Não vai ser fácil para ele, apesar de ser Monza. É super importante manter o pé no chão."
