F1 - Gp de Cingapura - Entrevista do Barrichello no Final da Corrida.

Em entrevista à imprensa brasileira após o GP de Cingapura, Rubens Barrichello, que terminou a prova na sexta posição, disse que "fez o que era possível fazer", mas destacou que a entrada do safety car arruinou sua corrida.


O vice-líder do campeonato também destacou que não vai jogar a toalha e seguirá vivo na luta pelo título até que não seja mais possível alcançar Jenson Button.

"Se for dele esse campeonato, se ele for merecedor disso, ele vai ganhar o campeonato. Agora, se ele não for merecedor, quem vai ganhar sou eu", disse.

Confira os principais trechos da entrevista:

A largada

"A largada foi ótima. Fiz aquilo que eu precisava fazer, que era sair e ir em busca de posições. Passei a primeira volta em sétimo, foi uma primeira volta emocionante. Tínhamos uma meta: o Jenson precisava passar o Nakajima e eu precisava passar o Kubica, então minha meta foi atingida após a primeira volta."

O safety car

"O safety car atrapalhou a minha estratégia, para falar a verdade. Quando ele entrou, eu estava do outro lado da pista, e como você tem um limite muito lento para fazer a pista inteira, eu perdi toda aquela vantagem que eu tinha em relação aos competidores de trás. Entre eu e o Jenson, eu tinha o Kubica, o Webber e o Kovalainen. Nessa, o Kubica e o Webber caíram, então ele [Button] chegou um pouco mais perto."

O limite do carro

"Era o que dava para fazer. O carro não rendia tanto quanto aquilo que a gente esperava que rendesse, mas a minha estratégia era para abrir com relação ao Kovalainen. [A diferença] chegou, se não me engano, a 7s do Button. Era o que eu tinha que fazer, o que me manteria na frente dele."

Problemas no pit stop

"No segundo pit stop, na hora em que eu fui entrar nos boxes, o ponto morto não entrou, o giro [do motor] baixou e na hora que tinha que entrar o tal do anti-stall, que é aquilo que me prejudicou em várias largadas, ele não entrou, o motor morreu e eu perdi ali 10s nos boxes."

Resultado "positivo"

"A definição da corrida é a seguinte: se na hora em que eu saí do Brasil eu soubesse que teria que trocar o câmbio e que perderia um ponto aqui, eu teria ficado satisfeito com a situação. Agora, é uma corrida que deixa a desejar porque o meu ritmo durante todo o fim de semana foi melhor do que o Button."

"Eu teria chegado na frente com um 'pé nas costas', teria chegado no pódio, teria feito uma série de outras coisas que os empecilhos fizeram com que não acontecesse. Mas é dessa forma que eu tenho que ir para as três provas finais: andando na frente dele, classificando na frente dele e, mais do que tudo, ganhando corridas, porque quando tudo vai bem, tenho certeza de que o nosso lado da garagem está mais forte do que o outro lado."

Otimismo na luta pelo título

"Eu não posso trabalhar com o lado negativo, eu tenho que trabalhar com o lado positivo. Se for dele esse campeonato, se ele for merecedor disso, ele vai ganhar o campeonato. Agora, se ele não for merecedor, quem vai ganhar sou eu."

"Eu luto com todas as minhas forças e vou lutar até o final. Estou desapontado com o resultado de hoje, mas nada de jogar a toalha. É uma pena que tudo isso tenha acontecido neste fim de semana. Se você somar troca de câmbio, batida, problema no pit stop e safety car, eu perdi um ponto só. É mais para cima do que para baixo."

"Eu não corro pensando em Button"

"Eu não corro pensando nele. Se ele corre pensando nos outros é um fator negativo. Na verdade, muitos jornalistas de outras nacionalidades queriam tirar de mim algo que não existe. Eu estou na minha, estou tranquilo, andei o tempo todo no limite do carro, isso foi o que deu para tirar... Ele tinha uma estratégia diferente por ter largado fora dos dez primeiros e basicamente ficou apagado o fim de semana inteiro. Eu tenho que olhar para o meu e esquecer dele."

Ansiedade para o GP do Japão

"Depois de um evento que você considera bom, mas que deixou a desejar, quanto menos tempo possível levar para você se sentar no carro de novo, é melhor. [Suzuka] é uma pista que eu adoro, onde eu já ganhei, tenho total confiança de que meu carro, minha habilidade e meus engenheiros me darão o melhor possível para estar largando na frente."

"Duelo" com Button no fim da corrida

"Eu não sei até que ponto o problema de freio dele era terminal. Eles falaram para mim que não dava para alcançar, mas em um rabo de olho eu consegui vê-lo em uma curva, e pensei: 'Eu termino sem freio e dentro das barreiras [de pneus] mas eu vou lutar até o final'. O pedal de freio estava muito baixo. Uma corrida como essa, com a umidade alta, o desgaste... Perdi 3 kg durante a corrida, mas mesmo assim você tem que lutar até o final, e foi o que eu fiz. Pelo que parecia, com uma volta mais eu conseguiria ultrapassá-lo."